Sunday, January 30, 2011

O Xangô de Baker Street

A paragraph from the first chapter of O Xangô de Baker Street by Jô Soares:
Como se tudo não passasse de uma cena exaustivamente ensaiada de Grand-Guignol, o homem de negro lança-se sobre ela com uma adaga numa das mãos de abre-lhe o pescoço com precisão cirúrgica. Pela goela escancarada jorra uma cascata de sangue misturada à primeira golfada de vômito que já passava pela garganta. Sem pressa, o homem ajoelha-se ao lado da jovem puta. Com a faca, corta-lhe fora as duas orelhas e as guarda zelosamente no bolso da sobrecasaca. Levantando-se, revela finalmente o volume que a capa ocultava. Nem pacote nem garrucha: um violino. Ele arranca uma corda, o mi, e, erguendo a saia da moça, enrola o fio arrancado da cravelha nos pêlos crespos do púbis do cadáver. Saciado, sai tranqüilamente pela rua do Regente, tocando um dos vinte e quatro capricci de Paganini nas três cordas restantes do instrumento.
I can't believe this is what we'll be reading this semester in PORT 140: any book with this much blood and Paganini in the first chapter has my undivided attention. My only qualm is that Soares doesn't specify which of the 24 caprices the murderer chooses to play.

Perhaps Caprice No. 13, nicknamed "The Devil's Laughter," would be the most appropriate?

Here's Heifetz.